Explorar

Imaginamos que estamos frente a um muro muito antigo coberto por um reboco grosseiro.
Limpamos a camada de pó e percebemos, aqui e além, vestígios de uma pintura. Escovamos com cuidado  até que a pintura esteja completamente a descoberto.
Surpreendidos, queremos saber a história deste mural.
Pomo-lo a falar – escrevemos o que ele diz. Poderá falar-nos sobre os elementos ou personagens que o constituem, sobre a razão de ter sido feito, a época; sobre a pessoa que o fez, as dificuldades que teve, como as ultrapassou…

Repetimos o exercício – escovamos até surgir outra pintura. 
Escrevemos a história que ela tem para nos contar.

Temos duas histórias.

Em principio, a primeira é animada por dados mais conscientes – que refletem o presente. A segunda corresponde a dados que estão em pano de fundo, dos quais não temos consciência e que refletem um passado mais ou menos distante.

As representações que estão em pano de fundo e que se revelarão na história, poderão dar-nos uma ideia da forma como ambas as histórias se influenciam.

Se estamos a iniciar uma tarefa ou um projeto, ou se temos de fazer uma escolha importante, é de todo o interesse analisar a relação entre as duas histórias – elas poderão reforçar-se, ou contrariar-se.

Ainda que aceitemos a contaminação é bom ter consciência disso.

Poderemos sempre trabalhar na mudança do que percebemos como negativo, mas isso será lento e, às vezes, difícil.

Consideremos esta atividade como fazendo parte da fase exploratória que precede uma realização.