Orientação

“Muitas das criaturas que compunham o plâncton – embora algumas fossem suficientemente grandes para poderem ser vistas a olho nu … – eram pequenas o suficiente para que os nutrientes e as excreções pudessem simplesmente entrar e sair do seu corpo por meio de difusão. Nas que eram um bocadinho maiores evoluiu um local particular para a entrada dos nutrientes e para a saída das excreções. Este local era a boca embora servisse também de ânus.

O desenvolvimento do ânus separado em algumas espécies de vermes… levou a uma revolução na biosfera…

…Os mares que em tempos tinham sido turvos e estagnados tornaram-se mais límpidos e ainda mais ricos em oxigénio…

O desenvolvimento do ânus teve ainda outra consequência. Os animais com uma boca de um lado e um ânus do outro têm uma direção de deslocação clara – uma cabeça à frente e uma cauda atrás.”

(De: A vida na terra de Henry Gee))

A deslocação que conta com dois pontos principais – boca e ânus – terá tido uma importância maior e terá sido importante durante muito tempo uma vez que está ao serviço de necessidades básicas.

A evolução foi pensando e tornando possíveis outras direções.

Já foi feita a proposta de ver migrar a energia de trás para a frente.

Proponho, agora, ver a energia a subir em direção ao alto – de forma lenta e ponderada – o objetivo é reequilibrar e não retirar energia de uma parte para colocar noutra.

Neste sentido, o cérebro passará a ser a referência maior.

Teremos de começar a diferenciar as ordens, os estímulos, os impulsos que recebemos do corpo no sentido de detetarmos a origem e de decidirmos a orientação.

Será, ainda, um trabalho de diferenciação que trará um duplo ganho – facilitará clareza em termos da concretização das nossas necessidades e elevará a consciência do corpo.

Este trabalho poderá trazer um outro – o da aceitação. Será, então, um trabalho longo, de avanços e recuos; mas será um trabalho fundamental.