A representação de uma fratura é recorrente em contexto de começo ainda que com variantes – não é certo que todas tenham um sentido negativo e que todas sejam limitadoras.
O sentimento de estar preso e querer muito sair, está associado, muitas vezes, à fratura.
Vamos criar uma situação que junte a imagem da fratura e o desejo de sair. Imaginamos um prisioneiro esperto que, à entrada da prisão, dissimulou um objeto cortante e que, com esforço, com persistência, serrou a grelha e se evadiu. Pomo-nos no lugar do prisioneiro e vemo-nos a serrar a grelha.
No plano do vermo-nos a fazer, poderemos fazer tudo, a menos que o medo ou a culpa nos impeçam – e, às vezes, impedem.
Serrar a grelha pede esforço, repetição, acerto na estratégia, tempo. Acabaremos por conseguir – o nosso esforço foi compensado.
Mas a fratura desagrada-nos, fica a bater-nos na cabeça – queremos consertá-la. Vamos, então, ver-nos a soldar a grelha.
A grelha já está consertada; mas no sitio em que foi cortada, apresenta pequenas saliências. Fixamos o olhar nessas imperfeições e vamos ver desaparecer cada imperfeição como se tivesse sido assimilada.
Temos uma grelha refeita – uma totalidade recuperada.
Teremos de repetir a estratégia até que, ao olhar a grelha, ela apareça, naturalmente, na sua totalidade.
A representação de fratura sentida como qualquer coisa que quebrámos ou poderemos quebrar, é muito limitadora.
Se quisermos reforçar o processo, poderemos explicitá-lo – revendo a imagem, poderemos repetir:
Está sólida,
Não parte.
Sempre que quisermos explicitar, verbalmente, qualquer conserto (mudança) deveremos encontrar frases breves, de sentido claro, ligadas ao concreto para que não se prestem a vários contextos. Repetir é essencial, mas explicitar também – a explicitação eleva o nível de consciência.