“As crianças oferecem-nos a melhor oportunidade para estudar o desenvolvimento de conhecimentos lógicos, matemáticos e físicos entre outros”.
(Piaget)
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Todos sabemos que o concreto faz parte da realidade física e o abstrato está fora dessa realidade. Entre os dois (concreto-abstrato) há uma zona cinzenta difícil de definir.
A capacidade de abstração dá-nos a possibilidade de criar teorias, relacionar padrões, elaborar conceitos, compreender símbolos, estabelecer conexões entre ideias sem relação evidente… Dá-nos a possibilidade de criar num reino de potencialidade.
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A criança, quando brinca “ao faz de conta” assume papeis, inventa situações, cria cenários e personagens e, às vezes, até esboça conceitos de moralidade e justiça.
De outra forma por que razão apareceria o bom que faz o certo e o mau que faz o errado – o que merece castigo e o que deve ser recompensado?
Tal como uma criança, poderemos começar “a fazer de conta” .
Depois, para escrever – no caso que proponho, uma narrativa – teremos de passar por uma elaboração mais consistente – ambientes, personagens, tempo ( apressado, lento, com avanços, com recuos)…
Ainda que fique próxima da realidade, a narrativa move-se num plano de abstração.
A criação de personagens rege-se por um propósito.
A linguagem precisa de encontrar a metáfora, o símbolo.
A reconstrução da realidade pede imaginação.
A estrutura sólida e interessante para poder suportar todos os elementos terá de encontrar uma forma especifica de pensar “além de…”
Por tudo isto, a narrativa é uma forma efetiva de desenvolver a capacidade de abstração.
Para este propósito, não é necessário escrever narrativas que fiquem na história da literatura e, poderemos começar por “fazer de conta” como as crianças.
Como estamos próximos do natal deixo a sugestão de dois contos, duas lendas e, ainda de um ballet inspirado num conto.
Dois contos:
Um Conto de Natal de Charles Dickens
O Suave Milagre de Eça de Queirós
Duas lendas:
A Lenda de S. Nicolau
O Milagre da Vela de Natal
Um ballet:
O Quebra- Nozes e o Rei dos Camundongos inspirado no conto de Hoffmann.
Desejo a todos (as) que este período de festas que se aproxima seja de acordo com cada um (uma).
Boas Festas!