Volto à publicação “Bolas” de 21 de novembro de 24
Na verdade, não sei se essa publicação deveria ser a de hoje – as memórias remotas não aparecem seguindo uma linha temporal, as mais remotas nem tempo terão.
A bola que libertámos já ganhou uma forma consistente – fez-se azul e ganhou movimento.
É importante insistir numa imagem de libertação até que ela se torne consistente e voltar a ela se sentirmos que ela desvanece. É, ainda importante que reconheçamos as ligações materiais ou imateriais que associamos à imagem de um buraco negro (à imagem que nós temos de um buraco negro).
E são muitas.
Promontórios e miradouros que proporcionam vistas de águas profundas ou revoltas podem atualizar memórias desse contexto.
Lagos sombrios, bacias de vulcões ou outras formas côncavas na natureza poderão levar-nos no mesmo sentido.
Para termos uma ideia mais completa das imagens ou sentimentos que temos, relativamente a este contexto, será útil fazer uma associação de palavras: negro, vertigem, côncavo, queda, medo, claustrofobia, inquietação…
Também uma situação opressiva, continuada, relativamente à qual não vemos saída – em que não temos o sentimento de evoluir – pode atualizar memórias deste contexto. Estas memórias acentuam o sentimento de mal-estar e até o desejo de destruição nosso ou dos outros.
Reconhecer essas associações bem como os sentimentos e, às vezes, os desejos que elas provocam, é o primeiro passo para a mudança.
Será interessante reler a publicação “Queda”

