A narrativa é, como sugeri, uma forma natural de integrar as memórias num tempo e num espaço.
A narrativa é presente que se liga ao passado (memórias) e ao futuro (expetativas). Faz a ponte entre os dois – passado e futuro – define sentido.
A teoria da narrativa defende que a narratologia não se limita à ficção literária (romances, contos, novelas) mas se aplica, também, a notícias, relatos, filmes…e, ainda, à forma como organizamos as nossas experiências. Ela reconhece-a como forma de conhecimento e de organização do mundo.
Passamos a vida a fazer narrativas no quotidiano, sem nos darmos conta.
Narrar é uma necessidade?
De acordo com estudos na área da filosofia, da psicologia e da teoria da narrativa, a resposta é sim.
Para o filósofo Paul Ricoeur existe “uma correlação que não é puramente acidental, mas apresenta uma forma de necessidade transcultural entre a atividade de contar uma história e o caráter temporal da experiência humana.”(Gemini)
– O que significa o carácter temporal da experiência humana?(eu)
“Significa, fundamentalmente, que a nossa existência e a forma como a compreendemos são inseparáveis do tempo, mas não de uma maneira linear e mecânica (como a do relógio), e sim de uma maneira vivida e complexa”. (G.)
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Segundo Jerome Bruner “ao narrar, o indivíduo elabora as suas experiências, define o seu eu e constroi uma identidade ao longo do tempo”. (G.)
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Na proposta, que, a seguir, farei, dou relevo à narrativa como integradora de memórias – ou fragmentos de memórias – que poderão ser elaboradas, completadas e até re- significadas.
Como construtora de identidade.
Proposta:
Construir uma narrativa, de estrutura simples, sem preocupações literárias e considerando os aspetos atrás referidos.
A estrutura mais comum é composta por uma introdução a que se segue o desenvolvimento/conflito e, depois, a conclusão.
A teoria da narrativa, considera a exposição, complicação, clímax e desfecho.
Numa segunda fase (semana seguinte) construir, a partir da primeira, uma outra com algumas (poucas) alterações.
Quem considerar interessante poderá ir repetindo – criando uma linha evolutiva. Entre uma versão e outra deverá, sempre, mediar algum tempo e as mudanças deverão ser pequenas para poderem ser integradas.
Nota: Na próxima semana não haverá publicação.
Memória nossa 