Recordar a publicação “sofrimento da matéria”
No começo e evolução da terra e da vida, como já vimos, houve fenómenos de grande violência – explosões, temperaturas elevadas (que o nosso corpo não pode suportar), choques entre corpos celestes, tempestades, escuridão ou luz excessiva…
As memórias remotas que os referem, podem atualizar-se através de alterações no corpo – cansaço extremo, acuidade auditiva e visual exageradas, formigueiros, eliminação de líquidos e sólidos difícil e outras.
Há, porém, um aspeto de gravidade maior – corresponde ao pedido interno de violência contra o corpo (bater, flagelar, cortar…).
A permanência destas memórias em pano de fundo, reforça, ainda, a violência contra os outros – verbal ou física.
Neste sentido incluirei torturas e guerras. Nas guerras os corpos são queimados, despedaçados, considerados um valor menor.
A guerra move-se por um sentido já obliterado.
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O começo parece depender da repetição e do acaso.
A nossa organização mental carateriza-se pela complexidade, pela diferenciação e pelo elevado nível de abstração.
Por isso, quando queremos entender fases em que a organização é incipiente ou mesmo inexistente, deparamos com essa dificuldade – às vezes, impossibilidade.
Poderemos sempre propor hipóteses e fazer perguntas.
Se, por um lado, estamos muito longe do começo, por outro, continuamos sujeitos à tirania das memórias – porque é disso que se trata – tirania.
Por que razão o nosso corpo (a nossa matéria) sofre o eco das torturas da matéria primeira (vórtices, fraturas, calor, choques…?
– Como nos separámos – ou não – do todo?
– O que poderemos fazer para levar a cabo um processo de individuação relativamente à matéria primeira?
Porque sendo matéria, a nossa matéria já não é, seguramente, a mesma.
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A comunicação parece nascer de uma necessidade, de uma urgência, de um aviso de perigo…
E também da expressão de um sentir.
A matéria – num sentido primeiro – sente?