Volto a um sítio escuro – espero que depois possa avançar num registo mais leve.
Já todos ouvimos falar de buracos negros. Já teremos visto fotografias; mas mesmo que não tenhamos visto, todos criaremos, uma imagem, à nossa maneira, sugerida pelas palavras buraco e negro.
É importante referir que o que entra num buraco negro, não sai – ao tentar sair é reenviado para o interior.
Proponho que nos vejamos a lançar um objeto – uma bola, por exemplo – para um buraco negro,
que criemos uma forma (uma estratégia) para anular a força que obriga a bola a voltar para o interior.
Vemos a bola a vir – a enfrentar os movimentos que a impedem de sair…
vemos a bola a voltar, uma vez
outra,
outra…
até que, num esforço último, quando já estava a ser reenviada para o interior, a bola se liberta e salta cá para fora (com a nossa ajuda).
Ficamos, depois, a vê-la, demoradamente, a flutuar no espaço.
Este processo pode ser perturbador.
Vejamos, agora, a forma como a ciência refere os buracos negros.
“Não se trata propriamente de um buraco, mas de um objeto cósmico muito denso que atrai tudo à sua volta. De um buraco negro nada sai, nem a própria luz”.
(de: A Física Divertida de Carlos Fiolhais)
“Os buracos negros são gigantes gravitacionais: lugares que distorcem o tecido do espaço-tempo a tal ponto que todos os caminhos para o exterior são curvados e conduzem diretamente de volta ao interior”.
(de: Tempo de Colin Stuart)