“Nos últimos trinta anos, investigadores têm vindo a cartografar uma coisa chamada rede padrão, um sistema cerebral que participa no fantasiar, no divagar da mente, no pensamento reflexo e na imaginação do futuro…
No cérebro, a rede padrão é uma teia de circuitos em interação que se estende pelos lobos frontal e temporal…
Significativo é que a rede padrão esteja ativa quando alguém não está focado numa tarefa…
Embora os neurocientistas não concordem completamente entre si sobre o que faz a rede padrão quando a nossa mente vagueia, alguns acreditam que está a consolidar as nossas experiências a fim de dar sentido às nossas autobiografias individuais, a narrativa que define quem somos.
De: A evolução da mente de Joseph Jebelli.
Imaginemos que, durante a elaboração de “a minha narrativa” descobrimos algum jeito ou maneira de ser que nos surpreendeu e que queremos desenvolver.
Chamemos-lhe um aspeto secreto da nossa identidade. Vejamos um exemplo : nunca nos deixámos comover por situações difíceis para os outros como também constatamos alguma dureza em relação a nós mesmos quando estamos em dificuldade; mas numa situação particular não só fomos sensíveis como generosos com alguém em sofrimento.
Parece ser o momento para avaliar a nossa atitude como para a tornar consistente.
Criar empatia em relação aos outros e a nós próprios parece estar na base desse nosso trabalho.
A descontração de todas as partes do corpo, já conhecida e praticada, aliada à divagação mental pode fazer maravilhas no sentido de desenvolver sentimentos de empatia que ajudem ou motivem o sentimento de compaixão.
Deixar vaguear o pensamento não é estar distraído – é desviar a atenção do foco do momento e fazer um trabalho exploratório de possibilidades.
Deveremos, porém, evitar que a divagação mental caia na ruminação e em sentimentos negativos.
A divagação mental é uma forma de pensar o futuro.
Traz benefícios cognitivos.
Reduz o stress e conduz a um estado mais calmo e equilibrado.
Ajuda a organizar as memórias.
Desperta a criatividade.
Cria cenários que não vivenciamos diretamente mas poderemos reconhecer as emoções que lhe são próprias e organizá-las.
A descontração de todas as partes do corpo a associar ao vaguear mental não deverá ser profunda e demorada – visa, apenas, um relaxamento que proporcione a reflexão.