Foi Freud quem primeiro falou de amnésia infantil para referir o fato de não termos memórias relativas aos primeiros anos de vida. Há exceções, mas são raras.
Propomo-nos, hoje, criar uma memória que seja possível situar nesse período.
Haveremos de ter em conta, a idade, o ambiente, as pessoas que o povoavam, possíveis episódios contados por um adulto. Poderemos partir de uma experiência imaginada (possível no contexto).
Faremos, por escrito, uma narrativa em que referiremos os antecedentes (causas) da memória que vai aparecer,
Descrevemos, em pormenor, a memória,
Referimos os sentimentos que a acompanham.
Com o aparecimento da escrita a memória pôde ter um suporte – um suporte que organiza e que dá consistência.
Sempre que evocamos uma memória ela é alterada. Poderemos aproveitar esse fato para melhorar a memória criada ou para a ir alterando (devagar) para uma versão corrigida.
Se se tratar de uma memória negativa não teremos de a rejeitar, mas será bom ir repetindo, a versão. Deixaremos entre uma e outra algum tempo (uma semana, por exemplo). Se conseguirmos um registo neutro , não forçado, será significativo.