Fenda

Associada à abertura que designamos por fenda aparece uma imagem com um sentido claro de destruição. Mas aparece uma outra que refere uma abertura donde saem milhares de pequenos seres vivos. Como se a fenda tivesse um papel de maternidade e estivesse ligada a uma função de abrigar vida.

Não é este segundo sentido que nos cria problemas. Esta imagem será de acolher e de definir com clareza para que não sofra a contaminação do sentido (destrutivo) referido, antes.

A imagem de uma fenda (real) é perturbadora, mina a segurança externa – deveremos consertá-la. Mas pode minar, também, a segurança interna (porque persiste um sentido primeiro).

Vamos preocupar-nos com a segurança interna.

Procuramos uma grande agulha – própria de um conto infantil – e um fio igualmente grande (longo).

Vemo-nos a enfiar o fio na agulha e a coser a abertura – a agulha entra num dos lados e sai do outro, retoma o primeiro e repete o movimento – como se estivesse a seguir uma espiral (ainda que, se a costura não for certinha, possa ser uma espiral irregular).

Chegados(as) ao final da fenda e como queremos que o nosso conserto fique seguro, repetimos a cosedura em sentido contrário.

Poderemos ainda ver (ou não, dado que o objetivo primeiro é a representação de segurança) os pontos a serem absorvidos pela matéria – seja pedra, terra, madeira, carne…

Uma vez e outra.

Só deixaremos de repetir quando a imagem consertada surgir, naturalmente.