Era uma vez

As narrativas atemporais são designadas assim porque o tempo não lhes retira o significado essencial.

Podem, naturalmente, ser animadas por informações atuais ou de uma cultura específica.

O conto tradicional é uma narrativa atemporal.
Propp ( folclorista russo – 1895/ 1970) estudou a estrutura do conto tradicional.

A proposta que, hoje, faço é a de escrever um conto. Não para fazer um texto literário; mas para criar um instrumento de avaliação.

Vejamos, então, quais as personagens (que estão ligadas a funções) que Propp considera:
– um herói (no nosso conto, seremos nós o herói – convém fazer uma breve caraterização que explicitaremos ou não).
– um adversário;
– um falso herói que se fará passar por herói;
– um doador ( que nos fornecerá um objeto mágico a troco de um serviço que lhe prestemos);
– um auxiliar;
– um rei, pai ou chefe  (para representar a ordem estabelecida);
– um mandatário que nos envia à procura do mau.

Como recompensa, o herói recebia a mão da princesa – filha do rei, se se tratasse de um rei.

Poderemos reduzir as personagens, atribuindo a algumas várias funções ( o doador pode também ser o auxiliar, o rei poderá ser também o mandatário…)

O ponto de partida do conto era sempre o mesmo – havia sido cometida uma malfeitoria pelo mau. Essa malfeitoria havia alterado o equilíbrio e urgia repor a ordem.

Se a narrativa seguir o percurso de uma viagem, simplificaremos a tarefa. Mas teremos de encontrar, sempre, muitas dificuldades – algumas insuperáveis (poderão aparecer monstros com sete cabeças, dragões…).

Felizmente, recebemos um objeto mágico.

Teremos de sair vitoriosos.

Esta narrativa será regularmente repetida (atualizada) e comparada com a versão anterior).

Vamos lá!… pegar no computador e abrir um ficheiro. Os mais velhos ou mais tradicionais poderão pegar numa caneta e num caderno.