Caixa limbo

Escolhemos uma foto nossa de que gostemos particularmente e que seja expressiva de um momento feliz.

Fixamo-la até a interiorizarmos – isto significa que, se a evocarmos, conseguiremos visualizá-la em pormenor.

Sempre que nos sintamos menos bem, editamos essa foto (tornamo-la presente).

Já criámos caixas para diferenciar informações em termos de presente ou passado e também em termos do que é nosso ou externo, entendendo por externo o que pertence ao meio em que nos movemos ou a pessoas importantes para nós.

Hoje vamos construir uma outra a que chamaremos limbo.

A definição do conteúdo da caixa limbo cabe a cada um; mas associamos limbo a esquecimento provisório. Nesse ponto de vista começaremos por colocar nesta caixa questões que, de momento, não conseguimos entender ou aceitar ou resolver.

Com sorte, esses conteúdos poderão, um dia, encontrar um contexto que torne mais clara a sua significação e, assim, serem, naturalmente integradas na memória ativa. Poderemos ser nós a tirá-los do esquecimento num outro momento mais propício.

Poderá dar-se o caso de o esquecimento provisório se tornar efetivo (se se tratava de uma memória negativa e insistente, será um benefício).