Uma tarefa a que nos entreguemos, completamente, proporciona uma experiência de imersão que irá reduzir o ruído da atividade continuada do cérebro e fazer descer o nível de consciência do eu. Seremos a experiência – o tempo deixa de contar.
Uma experiência de imersão vale pela própria experiência. O objetivo fica em segundo plano.
É difícil propor uma experiência que seja, particularmente, motivadora para todos(as). Mas mesmo que não fiquem entusiasmados com a proposta que segue, não deixem de acompanhar a Marta (nome fictício).
A Marta começou por descontrair começando pelos pés. Devagar, tomando consciência de todas as partes do corpo, foi seguindo um percurso ascendente. Só passou ao segundo tempo quando sentiu todo o corpo bem descontraído.
Continuou, então, sentindo o corpo a tornar-se leve – a libertar-se do peso da gravidade – e, no momento certo (para ela) viu-se a subir, a estabilizar, a subir mais um pouco, a estabilizar e, já à vontade, saiu pela janela e pairou no ar.
Controlou o medo de cair, de ser arrastada pelo vento, de ir sem orientação. Ficou lá por cima, a fruir o sentimento de leveza, a observar do alto, a ver pormenores.
No momento certo (para ela) voltou, sem pressa, à sua sala, ao seu sofá. E, ainda sem pressa, retomou a sua ocupação.
Esta experiência será, como se imagina, muito pessoal. Terá, possivelmente, de ser repetida para chegar a uma variante melhor e mais de cada um. Mas valerá a pena.