Leitura

Também a leitura de um livro que nos absorve traz benefícios vários. Entramos num outro mundo, dialogamos com o autor, com as personagens. Identificamo-nos com elas, detestamo-las. Receamos pelo seu destino.

Quando nos colocamos no lugar de uma personagem emprestamos-lhe os nossos valores, os nossos receios, os nossos sonhos, mas também recebemos os valores – ou a falta deles – os receios e os sonhos dessa personagem.

Construímos cenários.

Entretanto, as nossas ideias fixas – a nossa ruminação – perdem peso.

E, se, acabada a leitura, o livro ficar connosco (apesar de ter terminado) irá certamente moldar a realidade, a nossa realidade.

Por outro lado, ler promove o desenvolvimento cognitivo, ajuda a concentração, desenvolve o sentido crítico, diferencia as emoções e enriquece a memória  – há quem considere que poderá criar memórias novas.

Ler não é uma atividade passiva, ativa regiões cerebrais semelhantes às que ativaria uma situação real.

Porém, quando estamos fragilizados e a leitura incide em cenários sombrios (para nós) ou violentos, de forma repetida, será causa de perturbação na medida em que pode criar uma situação regressiva, propícia a memórias anteriores às nossas. Também os cenários repetidos de filmes ou de episódios televisivos poderão ser fatores de perturbação. Neste caso, o efeito tende a ser mais forte dado que vemos essas imagens.