Som
“Chegou o momento de seguir o percurso do som até ao interior do corpo humano. Como acontece com a luz, a energia das ondas acústicas não é compreensível para o cérebro, pelo que tem de ser transformada nos sinais elétricos da linguagem neuronal. Isto ocorre nas células ciliares do órgão de Corti…
…Estes recetores encontram-se contidos no caracol (também conhecido como cóclea), uma estrutura em forma de espiral localizada no ouvido interno.”
(de: Criando o mundo – colec. de psicologia e pedagogia)
É nesta estrutura que o som é convertido em sinal elétrico – este processo chama-se transdução do som.
Há sons que nos aterrorizam.
Há sons que nos embalam.
Há sons que nos encantam.
Não é a qualidade do som que aqui me ocupa é, sim, a relação com memórias remotas. Todos sabemos que uma cena acompanhada de som tem um efeito diferente da mesma cena muda.
O som tem a capacidade de dramatizar. Se virmos uma imagem correspondente a uma noticia sobre a guerra na Ucrânia com som, ou sem som, confirmamos o que, atrás foi dito.
O estalar, mesmo que não seja ruidoso, é alarmante. O mesmo poderemos dizer do restolhar de folhas quando andamos num bosque isolado.
O ruído de passos atrás de nós, durante algum tempo, assusta-nos.
Depois, há os sons que inquietam uns e que deixam outros indiferentes.
Talvez jogos repetidos de associações livres nos levem à diferenciação dos sons que nos inquietam ou nos encantam a cada um de nós.
Fica a sugestão:
Eu ouço o canto de um pássaro
o chorar de uma guitarra,
o rebentar de um balão
o…